04 fevereiro, 2006

Vale do Rio Pardo faz Cultura para todos


O Centro

O Centro Regional de Cultura do Vale do Rio Pardo vai colocar à disposição da população de 27 cidades da região, estabelecidas em um raio de 100 quilômetros, a estrutura e equipamentos necessários para a promoção de atividades culturais como teatro, dança, ateliê de arte, conservatório, oficinas de artesanato, auditório público, salas de cursos, área de exposições, biblioteca pública, memorial do Exército, café concerto e livraria. Com essas condições, a expectativa é de que alunos de Arquitetura e História, turistas e interessados, contabilizado em 150 mil pessoas por ano, visitem com mais freqüência o local e que a casa gere, em dois anos, 130 empregos diretos.Segundo o produtor cultural e captador de recursos contratado em 1998 pela Uneama para dar prosseguimento ao projeto, Telmo Padilha César, o Centro Regional projeta a interiorização da cultura e o resgate da auto-estima de Rio Pardo. "Precisamos que a população da região do Vale do Rio Pardo se engaje no processo de modernização. Queremos ter certeza de que esta valorosa obra será algo útil para a comunidade", ressaltou.

Restauração
O trabalho de restauração e reciclagem do prédio começou em abril de 2002, através da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), que proporcionou os recursos para as obras. Foi restaurada a estrutura externa e reciclada a área interna, recolocados os cristais, modificados o telhado, tesouras, pisos, forros e refeitas as escadas. Também foi instalado elevador para utilização por deficientes físicos. De acordo com o arquiteto do projeto, Edegar Bitencourt da Luz, o prédio foi remodelado na sua arquitetura, dotando-se de infra-estrutura nova para atender a demanda atual e futura. Bitencourt revelou que, na restauração, foi utilizada principalmente mão-de-obra local. "Foi um trabalho de grande exigência devido à arquitetura do prédio. Tivemos que estabilizar o edifício que tinha tendência para cair", afirmou. O arquiteto revelou, ainda, que foi necessário refazer praticamente tudo, pois a estrutura da cobertura e o entre-pisos estavam muito degradados. "As paredes do prédio são todas de pedra de barro e tivemos que salvar 100% delas. Superamos todos os problemas e hoje vemos, com grande satisfação, esta maravilhosa obra concluída."
Histórico
As obras do prédio histórico de Rio Pardo começam em 1848 quando a Irmandade dos Passos decide construir no local uma Casa de Caridade. Os trabalhos se arrastam por 34 anos. Concluída a obra, em 1882, não é possível instalar o hospital. O prédio, então, é cedido para aquartelar as tropas do Império, até 1905. Naquele ano cria-se a Escola de Aplicação de Infantaria e Cavalaria, que dura até 1911. Neste período, passam pelos corredores do edifício homens que marcaram a história do Brasil como Getúlio Dornelles Vargas, Marechal Eurico Gaspar Dutra, Marechal João Batista Mascarenhas de Morais, entre outras personalidades. Em 1930 o prédio é vendido para a Sociedade Educação e Caridade. Instala-se ali o Instituto Nossa Senhora Auxiliadora para formação de jovens com orientação cristã. Com a finalidade de abrigar um Centro Comunitário de Atividades Culturais, o prédio é doado ao Estado do Rio Grande do Sul, em 1974. Por suas precárias condições ele é interditado parcialmente em 1976, até ser tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado, em 1983. Com o objetivo de reabilitar e restaurar o edifício e visando ao seu aproveitamento como Centro Cultural, cria-se, em 1991, a União dos Ex-alunos Amigos da Auxiliadora (Uneama). Entre os anos seguintes até o momento, o grupo se estrutura e busca parcerias e recursos junto a empresas privadas para a remodelação do prédio. Para concluir o Centro Regional de Cultura Rio Pardo, o grupo obtém apoio da Secretaria Estadual da Cultura.
Investimento
O Governo do Estado do Rio Grande do Sul, através da Secretaria da Cultura, tem investido no desenvolvimento do setor cultural, apoiando iniciativas do setor privado. Nos primeiros três anos da administração Germano Rigotto (2003-2006), o Estado investiu, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC), R$ 80 milhões em 984 projetos. Um dos projetos é o Centro Regional de Cultura Rio Pardo, uma das mais importantes obras já realizadas no Rio Grande do Sul nos últimos 50 anos. Para o secretário da Cultura, Roque Jacoby, o Centro Regional de Cultura de Rio Pardo é o novo e grande empreendimento da cultura do Rio Grande do Sul. "Investimos um valor significativo neste projeto valiosíssimo com a Lei de Incentivo à Cultura e parcerias com prefeituras e associações. O prédio foi totalmente restaurado e terá espaços adequados para fortalecer a cultura de toda região", afirmou o secretário. Jacoby informou, ainda, que o Governo Rigotto vai investir na formação de Centros Regionais de Cultura em todo o território estadual. O Centro está instalado no prédio em que funcionaram a Escola Militar e o Colégio Auxiliadora, no município de Rio Pardo, a 147 quilômetros de Porto Alegre. O edifício, construído em 1848, foi tombado em 1983 e recuperado e restaurado desde 2002 até sua reinauguração neste ano. De acordo com Adir Fanfaonófrio, idealizadora do projeto de remodelação do prédio e presidente da União dos Ex-alunos Amigos da Auxiliadora (Uneama), o prédio restaurado é um sonho que se tornou realidade. "Com muita luta conseguimos resgatar o passado. Hoje, os estudantes poderão crescer com as atividades proporcionadas pelo Centro, o que lhes proporciona um futuro melhor", destacou. Para concretização da obra foram investidos R$ 3,9 milhões, financiados pela Lei de Incentivo a Cultura (LIC) e patrocinado pela Refap.

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